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Ao mestre Derblay Galvão

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Faleceu, no dia 16 de abril deste 2021, em Brasília, aos 93 anos, o professor Derblay Galvão, reitor da UFSM de 1978 a 1981. Creio que hoje importa, por justiça, recordar esse personagem às novas gerações, que não tiveram o privilégio de conviver na universidade com esse professor, tão inteligente quanto simples e cordial, um grande gestor ao ocupar o cargo máximo na Instituição. A memória me traz à lembrança dois acontecimentos que distinguem as qualidades que mencionamos.

O primeiro me lembra um convite para comparecer ao prédio da Reitoria, no Campus da UFSM, num domingo pela manhã. Estranhei muito, não só o convite como o local e o dia. Convidou-me para ser diretor de pessoal da UFSM. Disse-me que desejava indicar um professor para esse cargo e, no caso, escolheu-me por estar dedicado à área de Recursos Humanos como professor da disciplina e ex-aluno da Fundação Getúlio Vargas, com mestrado em RH. Não pude aceitar, infelizmente, pois o exercício do cargo exigia dedicação integral, e eu já era advogado atuante.

Derblay Galvão, antes e depois de escolhido reitor, era informal, direto, comprometido com a UFSM. Naquela manhã de domingo revelou essas características ao deixar muito clara a ênfase especial que queria dar à Política de Pessoal e às ações efetivas, visando a valorizar todos os docentes e funcionários da UFSM.

Um outro fato, diria histórico, que não pode nem ser esquecido nem deletado, foi a visita que fizemos, professor Sérgio Pires e eu (presidente e vice-presidente da APUSM) à casa do professor Derblay. Recebidos pela Dona Odete,(assim era conhecida entre nós a sua esposa), tivemos uma acolhida maravilhosa. A razão da visita é que me leva a contá-la hoje. Fomos comunicar ao reitor o início da primeira greve geral dos docentes da UFSM, decidida em assembléia geral, no auditório Gulerpe, no tempo em que era ministro da Educação, o general Rubem Ludwig, e que fazer greve não só era ilegal mas exigia coragem e audácia ao assumir o risco até de possível demissão.

Ainda há, cremos, professores septuagenários/octogenários que podem recordar esse fato. Lembramos as palavras do professor Derblay: "Como reitor, não poderei também fazer greve, como gostaria, mas, como reitor, posso assumir o compromisso de não tomar nenhuma providência em prejuízo dos professores grevistas."

A dona Odete, em pé, ouvindo a conversa, depois falou: "Tudo bem, meninos! Podem ter certeza de que o Derblay vai cumprir o que prometeu." A greve dos docentes tinha dois claros objetivos: lutar por 12% dedicados à Educação e pela aprovação do Plano de Carreira Docente.

Adeus, professor Derblay, grande mestre, saudado como "Embaixador da UFSM em Brasília", nascido em Montenegro(RS), mas um santa-mariense de coração!

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